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Country Music Artist

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Meu nome é Thiarles Mariangelus, um heterônimo artístico, e criei este espaço para compartilhar minha experiência musical, tanto na apreciação da boa música, quanto no processo criativo da composição e arranjo. Junte-se a mim neste projeto, inscreva-se para receber notificações e novas postagens que ajudarão a você que quer seguir a carreira da Arte Sonora. Como Fazer Música é um espaço online que ajudará você a se tornar um compositor inesgotável. Você encontrará aqui desde crítica musical, avaliação de músicas de todos os tempos, até lições de composição de arranjo musical, amador e profissional.

Foto do escritorThiarles Mariangelus

Experiência musical vivida

Neste post, falaremos de como sua experiência musical vivida afeta diretamente a sua percepção e concepção musical, o que afetará a forma como você vê a arte musical, a contempla e a retorna para si mesmo, em forma de gosto, e se é músico, para a sua produção.



Quando nascemos, nos deparamos com diversos sons, em verdade, desde a barriga da mãe já contemplamos sons silenciosos do corpo da mãe, bem como do coração, e do ruído externo, e dizem que as vozes daqueles que se convive também, especialmente do pai. Ao nascermos, recebemos sons de todas as partes, alguns barulhentes e outros são a própria voz dos familiares, aos poucos vamos crescemos e ouvindo músicas de todos os tipos, geralmente, a que nossos pais costumam ouvir, já aí há a construção do gosto musical que tornará mais ou menos perene ao longo da vida, muito mais quanto inconsciente. Se depois de grandes, ouvimos uma música árabe, por exemplo, achamos estranho aquela música, porque nossos ouvidos não estão acostumados, o mesmo se dá com a música tradicional chinesa. Então, fica claro que a formação do gosto também deve ser uma preocupação dos pais e depois das pessoas em seu desenvolvimento para a formação do gosto.


Agora por que alguém quereria modificar seu gosto musical, se ela cresceu ouvindo aquilo? Ela o fará, pelo que ela também incluirá sua própria experiência de vida, seus afazeres, sua personalidade descoberta e desenvolvida, aprimorada de acordo com suas aptidões, mas também pelo convívio pessoal, as amizades com que ela convive. Uma pessoa que em seu meio social se escuta forró, tenderá a gostar, o samba, idem, e do funck, a mesma coisa. Ninguém nasce fanqueiro, nem forrozeiro, se torna por algum motivo, e no mais das vezes é por convívio pessoal, é o sentimento de tribo.


Muita gente encontra dificuldade para apreciar música clássica ou erudita, o motivo é que não cresceu ouvindo este tipo de música, então seu ouvido musical está acostumado com outro que cresceu convivendo. Não há pessoa que não gosta de música clássica, há pessoa que não aprendeu a educar o ouvido, e não gosta porque a complexidade da música clássica gera nela a mesma sensação de ouvir música chinesa ou árabe à primeira escuta, é questão de autoeducação.


Agora, por que alguém se educaria no seu gosto musical, qual diferença faz em ouvir música clássica ou forró? A diferença é tal como contemplar uma poça d'água e um rio caudaloso. Ninguém em sã consciência diria que olhar para uma poça d'água é muito mais belo do que contemplar um rio caudaloso que flui, cristalino para o horizonte enveredado. Uma poça d'água só pode ser vista por uma ou duas pessoas, que a verão de modos diferentes, uma poderá gostar muito, porque vê nele o próprio rosto, é o narciso, e já o outro, só vê o rosto do outro, assim é a música feita a esmo por qualidades simplórias que ouvimos nas rádios do Brasil e do mundo. Já a música clássica é como um rio, porque embora se escute e escute de novo, sempre é como se fosse a primeira vez, e a cada vez que se ouve, parece levar para outro caminho, para outra curva e horizonte, um novo olhar e ideias. A música clássica é um rio porque possui uma alta concentração de riqueza de elementos sonoros. Enquanto a música pobre como poça d'água é feita de poucos elementos que se repetem, como uma lagoa que se fica pisoteando, e a cada vez que se pisa fica mais e mais lamacenta e perde a graça e a pouca beleza que possui, o rio cristalino não é assim, pela riqueza da música erudita carregada de diversos elementos, exige-se memória de gênio para abarcar tudo o que ela tem a oferecer, o que obriga a maioria a se dedicar a vida inteira a ela e jamais esgotá-la. Seria muito bonito dizer que toda música é bela, e que a música simples com meia dúzia de batidas e acordes que se repetem é igual a Quinta Sinfonia de Beethoven, mas não é a mesma coisa, a primeira é uma tentativa de ejetar uma experiência de sons, a segunda é a compreensão contemplativa da arte musical levada ao extremo.


Assim, desfazemos o mito de que gosto é gosto, o gosto se constrói, se edifica, se muda para melhor, quando se compreende que há o superior. O superior é aquilo que possui arquitetura de sons maior, no entanto, a carga deste gosto se inicia com que escutamos desde pequenos, e irremediavelmente temos de lidar com este gosto conscientemente na vida adulta.

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