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- Arte da Composição Musical: Método infalível - Capítulo 2
Se lestes o que havia no capítulo anterior, sigamos para este novo, em que desbroraremos mais um pouco do método infalível da composição que é "compor e decompor".
- Arte da Composição Musical: O Método infalível - Capítulo 1
Este artigo de texto é tão importante para a exposição de nossa metodologia da arte sonora, que ela será cara, para que somente aqueles realmente interessados nela, com espírito de magnanimidade e ambição de serem músicos, de fato, e não meros imitadores, poderão adquirir, pois de fato, pagaste caro para tê-lo aqui contigo.
- Por que compor músicas?
Por que compor músicas? Compor música é antes de tudo uma necessidade da inteligência, nós humanos somos seres musicais, olhamos a natureza e vemos nela padrões louváveis de beleza, de alegria e harmonia. Quem poderá negar? Fazer uma caminhada ao ar livre, sentir a brisa suave da manhã refrescar o rosto quente, tomar um café e sentir o cheiro das flores de um jardim bem cuidado; eis aí alguns prazeres que nos acariciam os cinco sentidos! A composição musical vem de dentro do músico com a necessidade de organizar seu ritmo de vida. Um homem acelerado é um homem de música agitada, é um homem que está num ritmo, seja porque quer ou não saiba disto, embora possa sentir ser assim, é um homem que vai se gastando como um motor. A música é como motor de um carro, um trator destruindo tudo, ela não é só harmonia, ela também desencaixa as nossas peças. Se vivermos num ambiente barulhento, perceberemos com o passar do tempo que nosso eu criará um silêncio de dentro de nós para compensar o barulho exterior. Este silêncio é uma tênue canção pedindo para ser anotada. Perante uma música, há muitos sons acontecendo, no entanto ela se sobressai, por quê? Porque ela harmoniza os sentidos e a inteligência, ela chama a nossa atenção. Compor música vem do mesmo interesse, queremos chamar a atenção de nós mesmos para algo, perante vários ruídos ao redor de nós que são sempre mais numerosos. O artista compositor se diferencia dos outros por sentir essa necessidade latente de compor e recompor, viver e reviver suas experiêncais interiores, tais como um pintor sempre a pintar, tais como um escritor sempre a escrever, tais como um ator sempre a fazer novos papeis. O compositor quer viver novas vidas, por isso ele compõe, para multiplicar a si mesmo, e poder resgatar a si mesmo sempre que achar necessário. Você já pensou que você pode ser compositor? Já pensou que pode salvar a si mesmo do ruído, se encontrar numa música sua, tal como o cavaleiro errrante encontra sua vila, subindo uma montanha bem alta, na serra íngreme? Você pode percorrer este caminho, para o seu próprio bem, para o bem de todos ao seu redor.
- Por que compor? Para nos expressarmos a nós mesmos
Quando falamos em composição, não é só musical que ela se refere, se trata de todo o processo criativo das coisas que o homem é capaz de fazer pelo simples fato de ser homem. Como se diz, o homem é a imagem e semelhança de Deus, então mesmo quando foge do real de seu ser, está sempre criando e recriando o seu mundo interior. Na composição musical se dá o mesmo que em outras composições, já fazemos isso naturalmente dentro de nós. Quando nos lembramos de uma música e buscamos a próxima nota que não vemos, mas sabemos que deve estar lá, após aquela lembrada e cantada no seu ouvido musical ou na sua mente, passando por aquela expectativa vindoura da própria música, então você já está compondo, mas ainda não está criando. Compor, envolverá desenvolver a habilidade de intuir qual nota virá depois daquela, daquela obscura nota que acaba de ser criada. Mas por que realizar esta busca? Por que irmos atrás da próxima nota e realizarmos uma composição? Não é por arbitrariedades que um músico verdadeiro o faz, mas para se expressar, pois se expressando, por meio desta arte, ele não só se descobre, como descobre o mundo, e ao mesmo tempo, com sua arte, ele se recria, e recria o mundo, ele a torna um pouco mais a ele mesmo, e ele, por sua vez, sente-se fazer parte melhor neste mundo. A cada música, o músico se sente numa descoberta e aventura, o seu mundo interior se expande, e ele vive. A sociedade atual tão voltada para o frenesi não tem tempo de voltar-se para si mesma, a sociedade atual se dispersa em mil coisas, ela se decompõe, no sentido amplo da palavra, mas é papel do artista juntar os pedaços criativamente, recriando o mundo, conectando corações e pessoas, ajudando a expressar o íntimo inexpresso de corações turbilhados pelo mundo. Sempre houve e sempre haverá corações e mentes destroçados, decompostos pelo mundo, por mil e um problemas que a cada um conta-se diferentes modos: preocupações, medos, angústias, esperanças, desesperos, fé, incredulidade, busca de uma conquista, a perda desta conquista, o luto, o nascimento, o sorriso da criança, o chora desta; são mil e uma novidades que se repetem debaixo do mundo, para o mundo tudo isto é indiferente, para cada alma em particular, são as coisas mais importantes, para o músico, é a matéria-prima para geração de símbolos. Símbolos são sinais que conectam a inteligência de várias pessoas para um mesmo objeto, o símbolo atrai a inteligência das pessoas e permitem que todas elas vejam e ouçam o mesmo, à medida que podem participar dele, tomando parte com ele, isto é, tomando posse conscientemente. A música tem este poder, e o verdadeiro artista procura e sabe fazer isto. Por isso, se pode compor música para conectar almas e mentes, em torno de um mesmo símbolo, para um mesmo objeto contemplativo, meditativo, conscientizável, e assim, aumentar a voz do que é dito e ouvido no mundo. Ao aumentarmos nossa expresssividade, na música e noutras artes, aumentamos o que o homem pode dizer para si mesmos, e assim o libertamos da escravidão do indizível, que é a sua condição perene, e o que fez e faz a sua linguagem ser uma eterna busca, um eterno aperfeiçoamento, um eterno amadurecimento ou decaimento, sendo a música apenas uma dessas linguagens, mas com o poder de sedução mais imediata, talvez, dentre todas elas, porque consegue penetrar mais rapidamente dentro da consciência de alguém, sem que ele se atenha ou mesmo concorde até que a acolha. A música é assim semelhante ao próprio Espírito que sopra onde quer, quando o Espírito sopra onde quer, não há como impedir e nem ignorar, não antes que ele sopre, diga e sinta em você o que ele quer de você, voltando-se depois para a liberdade, se rejeitará ou acatará ao que o Espírito diz ao homem, ao que a Música Divina diz ao homem. A Música simboliza e representa, sobretudo, o Espírito Divino criador e restaurador, mas também aquele que decompõe para regenerar a própria existência.
- Qual é a sua especialidade musical?
Guia de especialidades musicais: tudo o que você precisa saber para encontrar a sua!
- Para compor música, deves criar o teu órgão musical
Em outras passagens, ó musófilo, amigo das musas, dizia da importância de desenvolver o órgão musical, que é a predisposição, melhor, inclinação de sua inteligência interna para a formulação de músicas. A arte musical demanda prática e continuidade, por isso, no meu primeiro manual sobre o tema, já dizia, desenvolva teu órgão musical, desenvolvendo-o, terás a capacidade da composição orgânica. Os grandes compositores a tinham, e porque eram grandes, a tinham, e a tinham porque eram grandes, quer dizer, buscaram não apenas o gênio, mas aperfeiçoaram-no ao longo de anos. A maioria das pessoas são medíocres, e não estão dispostas a abrirem mão de seu conforto, igualmente medíocre, me refiro àquelas que se contentam em ter juntado por algumas vezes sons e notas, melodia e ritmo de modo um tanto feliz, mas o talento morreu de esgotamento, tão logo fora usado para produzir aquelas musiquinhas. Aquilo não foi composição, foi um aborto. Um livro de saber é menosprezado até que um gênio encontre seu valor, também na arte musical se dá o mesmo, só percebe a genialidade de um modulador, por justiça de outro. Assim parece ser a lei que Deus impusera aos homens, que cada um busque aqueles que dominando a mesma arte que tu, saberás reconhecer teu valor. Mas cuidado com os invejosos e pueris, que são a maioria, estes não quererão sequer aproximar-te deles, e terão teu trabalho por mera comparação, mas não o reconhecerão. O gênio modulador reconhece outro modulador. A maioria se contenta apenas de apreciar do que ouve, sem se ater de como ocorrera aquela arte. Para criar teu órgão musical, deves ouvir música, e decompô-la, rejuntá-la, separar seus instrumentos, seus elementos de melodia, a textura, os tons, as notas, a duração, meditar sobre os efeitos daquela música na sua própria alma. Deves buscar em primeiro lugar as músicas que amas, e deves escolher a dedo quais farão parte do seu repertório. Escolhe tu as melhores músicas que achas, e faça o exercício de compor e decompor, memoriza-as do início ao fim, ama-as, mas usa-te delas para a um longo tempo imitar, a um longo tempo ultrapassar. Deves ter o ideal de beleza primeiro, sem o qual, será estrela errante a andar por caminhos do espaço que não rumam a estrela alguma, mas o nada ou o infinito cósmico. A música é um sequestro de possibilidade, ela mesma é uma viagem, transformada em parada, e enquanto música, ela mesma é um caminho a ser percorrido, e enquanto parada, possui início, meio e fim, ainda que seu fim seja a plenitude do infinito. Se queres saber mais da Arte da Composição Sonora, como desenvolver melhor suas habilidades para a composição musical, adquira o livro que compus sobre a Composição orgânica, não precisa ter conhecimentos prévios de teoria musical: https://clubedeautores.com.br/livro/os-sete-passos-para-a-composicao-organica
- Órgão musical - O que é?
A inteligência humana cria dentro de si vários compartimentos, como departamentos de um governo, e nela, se sobrepuja determinados conhecimentos, que se conectam às outras áreas formando uma rede. Assim, a inteligência musical é um longo processo de educação e formação que vai moldando seu cérebro, criando predisposições que te ajudarão a formar dentro da sua inteligência a capacidade de composição. Não existe esta coisa de composição fortuita, no mais das vezes, ocorre da pessoa ter se embebido tanto da música de uma outra, ou de determinada música, que ao compor, forma dentro dela, como um fluído de impressões sonoras, a formação de uma música própria. Isto, porém, é muito raro, o que ocorre na maior parte das vezes é que a mente esquece que aquela música já existe e a recompõe com leves mudanças de ritmo, tom e remposição de elementos musicas na música, ou seja, o que a pessoa fez foi empobrecer ou enriquecer uma música que já existe, mas ele não percebe, porque sua memória está falha, por ele não ter dominado o suficiente uma música em seu intelecto. São os plágios de equívoco, muito comuns, um sujeito internalizou na memória uma música a um lonog tempo passado, esqueceu-se dela, e depois trouxe de volta com outra roupagem, com outro ritmo e letra, com ausência ou acréscimos de elementos que a original não tinha, e pensa ter composto uma nova música. Por vezes, ocorre da pessoa enriquecer tanto a música que ele de fato recompõe-a totalmente, a refaz de um jeito novo e superior a anterior, na verdade, boa parte da música erudita é um somatório melhorado, ampliado, elevado ao nível superior, tal como a linguagem poética eleva a linguagem humana a um nível superior, assim a música erudita eleva a música popular a um patamar sublime. Mas esses músicos, os grandes músicos, os que transformaram uma música, por vezes, já existente, em uma nova, enriquecida, transfigurada, numa versão erudita, o fizeram porque souberam dos segredos, ou melhor, dominavam a arte da composição musical, que é o que deves fazer. Para aprender a compor música verdadeiramente; deverás adquirir um órgão musical, e este só se consegue mediante a educação dos instintos musicais, dominando-os desde dentro de sua inteligência. A teoria musical muito pode de ajudar, mas não fará isso por ti; a matemática deve criar isto, mas ela sozinha não faz nada. O segredo para aprender a compor é: decompor, recompor, dispor, repor, transpor, sotopor, sub-por. Para saber mais de como adquirir seu órgão musical, escrevi um livro com esta precisa finalidade, trata-se de Os Sete Passos para a Composição Orgânica: Breve Manual de Composição Musical, em que explico as leis que regem a arte da composição musical, seguindo-as, com certeza conseguirás predispor tua inteligência para tal. O link para o livro, na Amazon é: https://www.amazon.com.br/Sete-Passos-Para-Composi%C3%A7%C3%A3o-Org%C3%A2nica/dp/652660093X/ref=sr_1_1?keywords=9786526600931&qid=1684167209&sr=8-1
- Qual é o seu interesse na música?
Uma das coisas mais importantes para se tornar um compositor pujante e de altíssima produtividade é saber qual é o seu interesse na música e na arte da composição, sem ter em mente isto muito claro, o artista será um falso artista, mais dia e menos dia se esgotará e não encontrará o caminho de volta para o "estro", e acreditará que a musa o abandonara e por isso ele está seco como um riacho no deserto. Acontece que ele apenas não buscou verdadeiramente saber o que o faz buscar na música a ssatisfação que deseja. A música segue a índole do compositor, ou seja, segue seu caráter, se é ambicioso e se quer ouro, é isto que a música fará, se é apaixonado pela natureza, é isto que fará, se é amoroso com a aldeia, é isto que fará, se é piedoso, é louvor que comporá. A música está cheia não das musas, mas do compositor, a musa não é outra coisa que não a alma do compositor. Se ele sequer sabe o que é sua alma, como poderá compor bem? Como poderá compor para toda a vida? Busque, portanto, seu interesse na música, e assim como alguém tem objetivos na vida e na profissão, tenha objetivos na composição, isto fará grande diferença para toda a vida. No mais, a composição evolui conforme amadurece o espírito do compositor. Quer saber mais da arte da composição musical? Escrevi um livro em que mostro o passo a passo para compor organicamente sua música, esteja você no interesse que esteja, ela é útil para todos os níveis de interesse e ajudará você a compreender como funciona o processo da composição, para que assim, possa compor sempre que queira, conforme suas próprias ideias. É muito mais simples do que se pensa. Útil para compositores e poetas, para todos os níveis de artistas e até aqueles meros curiosos, porque o processo é o mesmo, permitirá a você ter uma boa direção da arte da composição musical, mesmo sem ter conhecimentos técnicos para tal, o link para o livro está aqui, é só clicar e saber mais: https://clubedeautores.com.br/livro/os-sete-passos-para-a-composicao-organica
- Composição orgânica - Cria teu orgão musical
Ser compositor, um músico, um artista, é ser, antes de tudo, uma pessoa que desenvolveu um órgão interior da criatividade, este órgão é o que permite que ele produza sua arte com afinco e destreza. Diz o ditado que a prática leva a perfeição, isto é verdade, mas sem que haja conhecimento teórico para tal, o homem estará fadado a ser um eterno aprendiz que não sai da pretensão e das intenções. Na arte, isto é pecado grave, todo pretenso a ser artista deve conhecer a própria arte e saber como ela funciona, não existe caminho feito do zero, não existe inovação quando não se tem um repertório histórico e teórico por trás. O caminho do artista é o de criar seu próprio trajeto, mas passando pelo trajeto de outros. Tu que queres ser um artista da composição musical, deves compreender como que alimentas ao teu órgão interior, este órgão é o da inteligência musical dirigida ao longo do tempo, com boa formação técnica e teórica, concomitantes assim, para criar a tua própria forma de criar música, composição, após educar esta tua inteligência para ser algo próprio em plena posse. Após anos de prática, tu levas uma personalidade que dificilmente mudará contigo. O órgão musical se desenvolve, portanto, com absorção de estudos voltados para desenvolver a inteligência musical, como: ouvir música, decompô-las, recompô-las, entender o estilo daquele compositor, perceber que efeito causa aqueles instrumentos, arranjos, notas, acordes, timbres, volume, duração, etc. A música é arte do tempo, isto quer dizer que ela se desenvolve ao longo do tempo, ninguém ver a música andando por aí, não é como a pintura em que tu podes parar e ver, olhar e observar atentamente aos detalhes com a vista contemplativa; na música, tu só consegues contemplá-la ouvindo e ouvindo outra vez, escutando e prestando muita atenção, fazendo um esforço de memorização até que ela inteira se grave como uma pintura dentro da sua mente, e consigas vê-la como que olhando a um só golpe de vista o seu encadeamento, e vais perceber que a música por ser arte do tempo, também os elementos musicais que a compõe são também feitos de tempo trabalhado e dirigido por uma inteligência, a música é assim uma arte que exige cognição, não é feita a esmo, ao acaso, como um sopro instintivo. No meu livro Os Sete Passos para a Composição Orgânica, mostro o caminho que o compositor deve percorrer para desenvolver a habilidade de educar seu próprio órgão musical interior. O link para este livro segue https://clubedeautores.com.br/livro/os-sete-passos-para-a-composicao-organica Ao contrário do que pensas, não é necessário conhecimento técnico, aliás, é até preferível que não tenhas, porque assim, estarás apto para começar de maneira mais firme na arte da composição musical por meio de seu órgão musical desenvolvido. Mas para quem é música, não há de se preocupar, porque também se é indicado o que é necessário para reaprender a fazer música a partir de si mesmo, se atentando para as leis da criatividade musical que regem a mesma.
- Experiência musical vivida
Neste post, falaremos de como sua experiência musical vivida afeta diretamente a sua percepção e concepção musical, o que afetará a forma como você vê a arte musical, a contempla e a retorna para si mesmo, em forma de gosto, e se é músico, para a sua produção. Quando nascemos, nos deparamos com diversos sons, em verdade, desde a barriga da mãe já contemplamos sons silenciosos do corpo da mãe, bem como do coração, e do ruído externo, e dizem que as vozes daqueles que se convive também, especialmente do pai. Ao nascermos, recebemos sons de todas as partes, alguns barulhentes e outros são a própria voz dos familiares, aos poucos vamos crescemos e ouvindo músicas de todos os tipos, geralmente, a que nossos pais costumam ouvir, já aí há a construção do gosto musical que tornará mais ou menos perene ao longo da vida, muito mais quanto inconsciente. Se depois de grandes, ouvimos uma música árabe, por exemplo, achamos estranho aquela música, porque nossos ouvidos não estão acostumados, o mesmo se dá com a música tradicional chinesa. Então, fica claro que a formação do gosto também deve ser uma preocupação dos pais e depois das pessoas em seu desenvolvimento para a formação do gosto. Agora por que alguém quereria modificar seu gosto musical, se ela cresceu ouvindo aquilo? Ela o fará, pelo que ela também incluirá sua própria experiência de vida, seus afazeres, sua personalidade descoberta e desenvolvida, aprimorada de acordo com suas aptidões, mas também pelo convívio pessoal, as amizades com que ela convive. Uma pessoa que em seu meio social se escuta forró, tenderá a gostar, o samba, idem, e do funck, a mesma coisa. Ninguém nasce fanqueiro, nem forrozeiro, se torna por algum motivo, e no mais das vezes é por convívio pessoal, é o sentimento de tribo. Muita gente encontra dificuldade para apreciar música clássica ou erudita, o motivo é que não cresceu ouvindo este tipo de música, então seu ouvido musical está acostumado com outro que cresceu convivendo. Não há pessoa que não gosta de música clássica, há pessoa que não aprendeu a educar o ouvido, e não gosta porque a complexidade da música clássica gera nela a mesma sensação de ouvir música chinesa ou árabe à primeira escuta, é questão de autoeducação. Agora, por que alguém se educaria no seu gosto musical, qual diferença faz em ouvir música clássica ou forró? A diferença é tal como contemplar uma poça d'água e um rio caudaloso. Ninguém em sã consciência diria que olhar para uma poça d'água é muito mais belo do que contemplar um rio caudaloso que flui, cristalino para o horizonte enveredado. Uma poça d'água só pode ser vista por uma ou duas pessoas, que a verão de modos diferentes, uma poderá gostar muito, porque vê nele o próprio rosto, é o narciso, e já o outro, só vê o rosto do outro, assim é a música feita a esmo por qualidades simplórias que ouvimos nas rádios do Brasil e do mundo. Já a música clássica é como um rio, porque embora se escute e escute de novo, sempre é como se fosse a primeira vez, e a cada vez que se ouve, parece levar para outro caminho, para outra curva e horizonte, um novo olhar e ideias. A música clássica é um rio porque possui uma alta concentração de riqueza de elementos sonoros. Enquanto a música pobre como poça d'água é feita de poucos elementos que se repetem, como uma lagoa que se fica pisoteando, e a cada vez que se pisa fica mais e mais lamacenta e perde a graça e a pouca beleza que possui, o rio cristalino não é assim, pela riqueza da música erudita carregada de diversos elementos, exige-se memória de gênio para abarcar tudo o que ela tem a oferecer, o que obriga a maioria a se dedicar a vida inteira a ela e jamais esgotá-la. Seria muito bonito dizer que toda música é bela, e que a música simples com meia dúzia de batidas e acordes que se repetem é igual a Quinta Sinfonia de Beethoven, mas não é a mesma coisa, a primeira é uma tentativa de ejetar uma experiência de sons, a segunda é a compreensão contemplativa da arte musical levada ao extremo. Assim, desfazemos o mito de que gosto é gosto, o gosto se constrói, se edifica, se muda para melhor, quando se compreende que há o superior. O superior é aquilo que possui arquitetura de sons maior, no entanto, a carga deste gosto se inicia com que escutamos desde pequenos, e irremediavelmente temos de lidar com este gosto conscientemente na vida adulta.
- 5 dicas de como fazer música a partir da imitação?
Como fazer música a partir da imitação? Para fazer música de qualquer gênero e tipo, será necessário aprender a compor por imitação. Como fazer a imitação? Quais são os processos que a tornam eficaz? A música, como as demais artes, é arte da imitação, isto não quer dizer que não haja espaço para a criatividade, ao contrário, ela se dará conforme se absorva uma tradição. Você precisará absorver uma tradição musical para superá-la depois. Como se dará a arte da imitação, será por meio do plágio? Por meio de alteração da melodia alheia? A imitação pura e simples pode ser útil no começo para internalizar as formas dentro da mente, quer dizer, ajudar a fazer a sua inteligência captar as formas, e com o tempo, manipular estas formas para criar as próprias, é como jogo de lego em que você monta e desmonta os elementos, formando vários artifícios musicais. Você receberá dicas de como fazer a composição pela imitação. Dica n.º 1 - Decomponha as músicas Se a intenção nossa é compor, então devemos decompor, e decompor é você mapear a música que você ama, listando os instrumentos que há nela, os acordes que ela executa, do início ao fim, ver onde entra um instrumento, o efeito que ele causa, onde ele sai, que contraste ele cria com os demais. Se pegarmos por exemplo a Bachiana Número 3 de Villa-Lobos, veremos que há nela um contraste forte do efeito do piano com outros instrumentos, sobretudo as cordas e com os sopros, fazendo com que haja um efeito de celeridade e transição de movimentos. Imagine que cada instrumento e cada acorde ou movimento que ele faça constitui um elemento de composição. A forma como o compositor esolheu fazer, se em arquejo, sofonado, em zigue-zague, subindo e descendo, notas esparsadas e contínuas, tudo, se há contraste de graves e agudos, metálicos ou de textura rígida, tudo isto deve ser observado. Quais efeitos fazem estes sons nos ouvidos? Não se pode ouvir de forma passiva. Dica n.º 2 - Escolha uma música que ame muito Escolha uma música que ame muito e faça esta decomposição, e depois restitua-a na mente, até que ela esteja memorizada em sua mente, é importante que faça isto mentalmente, e por vezes no papel, mas na mente isto irá fortalecer a sua inteligência musical. Dica n.º 3 - Quem você quer imitar? A imitação é você compreender como um autor chegou a uma conclusão ou mesmo a uma solução musical, não veja uma música como fruto a esmo da criatividade, e sim como fruto de um enredo que se desenvolveu dentro da mente do compositor. Toda música possui uma história, e por trás dela, há uma forma que se transcorreu no tempo. a música é arte do tempo, o que quer dizer que ela leva tempo para maturar, e é precisamente no tempo que a vemos e a contemplamos, ninguém vê a música andando por aí. Se a música é arte do tempo, então você precisará escolher bem o tempo, os cantores que souberam dominar bem este tempo para produzir os efeitos sonoros. Dica n.º 4 - Misture um pouco Mistute músicas de diferentes estilos, de diferentes épocas, resgate formas já arcaicas, tal como um escritor que pega palavras antigas e as revive, cria no enredo uma forte impressão diferente que chamará a atenção dos apreciadores. Dica n.º 5 - Ponha uma letra que fale a todo homem É necessário que você domine a arte da boa letra, escolha palavras, faça uma boa poesia, ponha em evidência a arte das palavras na música, porque sendo o instrumento como que o corpo, a melodia é a alma, o ritmo o que dá forma, e uma boa letra diviniza ou condena a música para todo o sempre. Estas dicas ajudarão a você a se tornar num bom compositor Cumprindo estas cinco dicas você estará apto para ser um compositor, por meio da arte da boa imitação. É importante que escolha bem as músicas e as decomponha, verá que há muitos elementos na música que você ignora e que possuem efeitos tal como palavras numa poesia, e que a arte musical não é algo feito a esmo, muito menos puramente intuitivo. Se você acha que esse artigo foi bom, não perca de ler o livro que ajudará você a compreender mais profundamente os meandros da arte da boa composição musical, mesmo sem conhecimentos técnicos apurados, porque será necessário fazer exercícios mais intelectuais, como a arte da decomposição: https://clubedeautores.com.br/livro/os-sete-passos-para-a-composicao-organica