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  • Onze Exercícios Para Compor Letra de Música Original (com exemplo)

    Busque uma lembrança prazerosa; lembre-se e relembre dela várias e várias vezes, procure palavras que a descrevam, escreva num papel com o ímpeto da emoção, largue essas palavras de lado, deixe-as descansando por minutos, horas, dias, semanas, conforme o ritmo que achar melhor, com o tempo, sentirá que tempo é este, é o tempo do ritmo compositor, tanto mais genial quanto mais trabalhado nesta fase, porque sentirá quando estiver pronta, quando você voltar para aquelas letras, aqueles balbucios de palavras, e enxergar nela a emoção e a ideia que aquela lembrança trará a você, enquanto isto, se não sente a força da emoção falar em você por dentro, então busque novas palavras, essa busca é constante, e pode até mesmo se desdobrar em várias letras, várias músicas na busca de expressar essa única e viva lembrança, que forjará aos poucos o seu Cofre para ser Aberto! Por exemplo, eu imagino que estou num profundo sentimento depressivo de que minha vida fracassou por completo, agora quero recomeçar minha vida com um profundo desejo de vitória. Resuma em uma única frase ou palavra aquilo que essa lembrança significa ou trás; transforme este resumo em estribilho, quer dizer, num refrãozinho curto como: "Agora é tarde para recomeçar, mesmo assim farei o recomeço, Sem titubear, Voltarei a pagar o preço De ser feliz... ser feliz! (De ser feliz) De ser feliz... ser feliz (De ser feliz) Faça diferentes versões melódicas do estribilho e da letra que criou (seja melancólica, lenta, agitada, alegre, ponha junto a melodia a emoção mais condizente; Jogue fora versões que não combinam com o símbolo musical criado ou mude a letra para algo nada haver com a ideia original e adeque com a melodia e emoção escolhida; A partir desses exercícios você já tem condições para criar várias músicas baseadas numa primeira ideia ou frase! Cada letra e melodia que criar pense ou faça dela com diferentes versões de estilo e velocidade das batidas, pode ser a mesma música em diferentes estilos, assim você sopesará as mais condizentes; Pense nos seus artistas preferidos e veja o jeito deles de cantar e interpretar. Muitas vezes seus artistas cantam músicas de outros e ainda assim, eles dão a própria "alma" na interpretação. Imagine, então, como seria seu artista cantando sua própria musica composta por você e interpretada por ele, tenho certeza que despertará imaginação! Etnão pegue essas mesmas letras e melodias e imagine-as cantadas por seus artistas ou mesmo por diferentes artistas com diferentes estilos; Pense Chico Buarque cantando o estribilho que criei acima; pense em Tom Jobim cantando os versos acima; Frank Sinatra, Aretha Franklin, Steven Wonder; não vai ser diferente? Limite a letra em duas ou três estrofes para a primeira parte: a primeira como a apresentação de um cenário e um problema; a segunda estrofe como alguém que reflete e deseja mudar sua estória; a terceira é o refrão ou um pré-refrão em que você cantará o repetindo. Escolhas palavras abstratas para o refrão, pode ajudar a aprofundar e a tornar misterioso o significado: um vento forte me fala onde devo ir... é mais abstrato do que: caí na esquina com o carro que bateu em mim... Imite a respeiração; divida cada versos em dois movimentos: inspirar e expirar. Isto ajuda a definir o que cabe ou não na composição. Refina sua letra com o uso de palavras que não sejam vulgares, mas que não sejam muito desconhecidas; por exemplo, use sairei em vez de vou sair, caminhará em vez de vai caminhar: Vou caminhar pelos montes A suspirar (já gerou ruído) por você. Caminharei pelos montes A suspirar por ti. (há dois pontos fortes de melodia no rei e no ti) Faça trocadilhos entre as palavras, nada melhor do que fazer trocadilhos interessantes que fazem o ouvinte refletir sobre o que ouve: Quero ser feliz e ter cerviz Ao meu lado fraco Que me diz o que quis Sem me dar outro fado Para apoiar o nariz, Soberbamente me vou, Soberbamente me voo Por um triz e caio. Vamos ver agora como ficou a nossa música, será que ela possui algum nexo harmônico na letra? Saiba que eu fiz essa letra exclusivamente durante a escrita deste artigo: Um vento forte me fala (dividi a inspiração e a expiração respectivamente em for e la) Onde devo ir: (alonguei o on e terminei a inspiração em "de" também longo, a expiração pus em ir Caminharei pelos montes A suspirar por ti. (vi que se harmonizaria com ir no ti, por terem sons semelhantes) Quero ser feliz e ter cerviz (liz e viz) Ao meu lado fraco (la e fra) Que me diz o que quis (diz e quis) Sem me dar outro fado (dar e fa) Para apoiar o nariz, (ar e riz) Soberbamente me vou, (vou só inspiração longa subindo) Soberbamente me voo (voo só expiração longa descendo) Por um triz e caio. (triz e ca) (perceba os padrões de sílabas fortes, são elas que dinamizam a música; estes fonemas criam a tensão de palavras e rimas) Agora é tarde para recomeçar, (tar e çar) Mesmo assim farei o recomeço, (mes longa, rei longa subindo, me descendo longa) Sem titubear, (ar só descendo) Voltarei a pagar o preço (rei subindo, gar tensionando subir e descer, pre descendo) De ser feliz... ser feliz! (De ser feliz) (rápido, sílabas curtas) De ser feliz... ser feliz (De ser feliz) (lento, sílabas longas) Essa nomeação de sílabas longas e leves é puramente teórica, ainda não posto nenhuma nota musical nelas; percebemos que essas sílabas são as mais "naturais" para comporem o sistema de inspiração e expiração da canção, como mais tarde veremos melhor. Continuaremos na próxima parte, continuando nossa composição.

  • Por que compor músicas?

    Por que compor músicas? Compor música é antes de tudo uma necessidade da inteligência, nós humanos somos seres musicais, olhamos a natureza e vemos nela padrões louváveis de beleza, de alegria e harmonia. Quem poderá negar? Fazer uma caminhada ao ar livre, sentir a brisa suave da manhã refrescar o rosto quente, tomar um café e sentir o cheiro das flores de um jardim bem cuidado; eis aí alguns prazeres que nos acariciam os cinco sentidos! A composição musical vem de dentro do músico com a necessidade de organizar seu ritmo de vida. Um homem acelerado é um homem de música agitada, é um homem que está num ritmo, seja porque quer ou não saiba disto, embora possa sentir ser assim, é um homem que vai se gastando como um motor. A música é como motor de um carro, um trator destruindo tudo, ela não é só harmonia, ela também desencaixa as nossas peças. Se vivermos num ambiente barulhento, perceberemos com o passar do tempo que nosso eu criará um silêncio de dentro de nós para compensar o barulho exterior. Este silêncio é uma tênue canção pedindo para ser anotada. Perante uma música, há muitos sons acontecendo, no entanto ela se sobressai, por quê? Porque ela harmoniza os sentidos e a inteligência, ela chama a nossa atenção. Compor música vem do mesmo interesse, queremos chamar a atenção de nós mesmos para algo, perante vários ruídos ao redor de nós que são sempre mais numerosos. O artista compositor se diferencia dos outros por sentir essa necessidade latente de compor e recompor, viver e reviver suas experiêncais interiores, tais como um pintor sempre a pintar, tais como um escritor sempre a escrever, tais como um ator sempre a fazer novos papeis. O compositor quer viver novas vidas, por isso ele compõe, para multiplicar a si mesmo, e poder resgatar a si mesmo sempre que achar necessário. Você já pensou que você pode ser compositor? Já pensou que pode salvar a si mesmo do ruído, se encontrar numa música sua, tal como o cavaleiro errrante encontra sua vila, subindo uma montanha bem alta, na serra íngreme? Você pode percorrer este caminho, para o seu próprio bem, para o bem de todos ao seu redor.

  • Para fazer música - Lição Número 2: Analisar

    O que é necessário para fazer música? Nesta série de artigos você terá lições necessárias para desenvolver esta habilidade. Criar melodias pode parecer um negócio complicado, mas para facilitá-lo, é necessário saber analisar uma música como se analisa um problema vital. Faça o exercício de escuta e análise de todas as músicas que ouvir, não ouça passivamente, não seja letárgico, ouça as que você odeia e é obrigado a ouvir por alguma ocasião a que todos estamos sujeitos, porque Deus não criou a função desligar ouvido quando estamos acordados para a hora em que bem entendermos, e também ouça mais ainda as que felizmente você se aprazer, as que se alegrar e se entristecer, se emocionar ou repugnar, e assim por diante, dessa forma, você desenvolverá um gosto apurado, delineado nos elementos musicais precisos. Procure dizer para si mesmo porque você sente isto ou aquilo com esta e aquela música, e assim, desenvolverá espírito crítico musical necessário para encontrar o seu próprio jeito de ser musicalmente falando. Na música assim como nas demais áreas da nossa vida, o segredo está em se autoconhecer, perceber suas próprias inclinações, pois ela revela mais de nós mesmos do que gostaríamos. Fazendo isto também proporcionará alegrias à medida que ajudará você a impulsionar a musicalidade inerente a todos os seres humanos, a todos os seres humanos, escute só! Esse exercício de analisar as emoções em torno dos gostos e desgostos musicais são necessários para criar a base aprazível para criar músicas. Você não pode começar pelo que odeia, não é verdade? Ou pelo que não entende, então estude os seus gostos musicais, vai pondo, se quiser, num papel, e escreva uma breve análise do que você gosta numa música. Aqui mesmo no blog, no trabalho de sub-blog "A Melhor Música", você vê como eu faço várias análises críticas de músicas que fazem parte de meu repertório musical.

  • Qual é a sua especialidade musical?

    Guia de especialidades musicais: tudo o que você precisa saber para encontrar a sua! Você aprenderá a conhecer algumas especialidades musicais e como se reconhecer ao escolher alguma(s) delas. Se você é músico, profissional ou amador, ou um profissional da música como um produtor, arranjador, instrumentista, o homem da mixagem, e das festas, deve ter escolhido tal caminho musical inspirado por determinado tipo de desejo no mundo musical, não se pode falar que foi todo o mundo da música que conquistou você, certo? Ao selecionar o mundo da música, deve ter escolhido aqueles que seus ouvidos mais se apeteciam, músicas de tais e tais naturezas. Mas também é necessário afunilar os interesses para além dos gêneros musicais, ritmos, estilos, cantores, e outros fatores, deve saber escolher a especialidade que melhor atenda aos seus objetivos - tudo o que você precisará saber sobre as especialidades e suas funções, colocaremos aqui: Fazer música com a especialidade musical correta. Saber escolher uma especialidade musical é de importancia salutar na vida de um músico, compositor, produtor, porque definirá os eixos de seu trabalho rumo a um objetivo. Isto influenciará na sua capacidade de ser reconhecido no mundo artístico, um músico quanto mais afunilado para um público, sabendo para quê e para quem ela trabalha, melhor será para ele construir uma relação de fidelidade com este público. Um artista que aceita qualquer coisa, só para ter uma grana extra, vai sempre ser um artista secundário no cenário musical. Isto não significa que você deva se restringir a uma só especialidade, mas deve escolher aquelas que melhor condigam com a sua capacidade de ser um mais destacado artista musical. Ao ler este breve guia, você terá em mãos uma força de orientação para a sua vocação musical, e ela ajudará você a obter um novo poder no cenário musical, pois produzirá a sua persona musical. Você já desenvolveu a sua persona? A persona musical é como uma máscara, mas é a máscara artística pela qual o público reconhecerá você e seu trabalho. Para um cantor e compositor que queiram fazer da música o seu trabalho, é importante desenvolver a sua persona musical, adquirindo estilo, e uma das primeiras coisas a se fazer é: escolher suas especialidades musicais. "Considero ter criado meus próprios estilos de fazer música e gêneros musicais próprios, criado novos padrões de composição, e teorizações sobre a arte musical inteiramente inéditas, portanto, podemos dizer que meu interesse é eminentemente intelectual." Cresci numa família de músicos (entre meus familiares), e a inclinação para a música tornou-se algo natural, porém, sempre tive a dificuldade de enxergar qual seria meu interesse no mundo musical, pois que em minha família o rumo era mais comercial, sertanejo, para grande público, e em menor grau, para a igreja. Mas retirando o interesse "religioso", eu não enxergava nem no sertanejo, nem no grande público, ou na área comercial o meu desejo musical. Foi então que pensei durante anos em qual seria o meu interesse. Por certo, passei anos pensando que seria apenas hobby, uma paixão quase platônica pela arte musical, mas sem maiores finalidades que satisfazer meu ego, embora, dentro de mim houvesse sim coisas mais importantes as quais aspirava e que queria levá-las adiante, mas não sabia como. Ao querer fazer música, pensava que deveria ser totalmente livre e sem foco, mas como tudo na vida, devemos ter foco, direcionar os nossos esforços rumo ao que queremos de verdade. E o segredo para a arte musical fluir como você quer é, como em todas as artes, afunilar seu interesse e criar, criar, criar o seu trabalho em torno daquele interesse, tudo o resto deve girar apenas em torno deste interesse principal, que deve ser o norte do nosso trabalho. Por não optar pela fama ou pelo comércio, meu caminho se torna, aos olhos daqueles que têm interesses justamente nestas áreas, dificultoso de se seguir, ou, como eu pensava durante anos, um interesse meramente recreativo. Ledo engano, o meu interesse é compreender e colaborar com a arte musical, tal como um mestre sabe ensinar ao aluno o que ele precisa fazer para crescer e desenvolver as suas potencialidades criativas de modo a a atingir os píncaros da beleza. Por isso a minha especialidade musical é múltipla, sim, múltipla, porque vai desde a compreensão da formação de uma música de determinada especialidade até aquela especialidade que praticamente foi criada por mim mesmo, portanto, a minha especialidade é generalista e criadora, e como tal, experimental, formalista, poética, e várias outras que caberiam noutra situação declarar. Considero ter criado meus próprios estilos de fazer música e gêneros musicais próprios, criado novos padrões de composição, e teorizações sobre a arte musical inteiramente inéditas, portanto, podemos dizer que meu interesse é eminentemente intelectual. Você não precisa seguir o meu caminho, mas já há diante de si vários caminhos pelos quais você pode seguir: Um erro muito comum é atirar para todos os lados, ou para vários sem unificá-los num objetivo maior e específico - por isso o nome especialidade, por torná-lo específico - é necessário afunilar, quando se é indefinido, o risco é de não se destacar e nem desenvolver bem nas áreas que realmente interessam a você. Pode ser a música cultural, seria a especialidade folclórica, e como tal possui um nicho específico de atuação; seria a comercial, você teria que se dedicar aos estilos mais comerciais, oscilantes segundo as leis do mercado; seria a de nicho, por exemplo, um clube de rockeiros, retrôs, teatros, vida noturna, igreja, casamentos, eventos comemorativos, animadores para grandes eventos na cidade. Afunilando, se ganha reconhecimento por aquela área, e consequentemente, adquire maior impacto e consideração. Alguém esperaria, por exemplo, que um cantor sertanejo para grande público se dedicasse também a cantar música de louvor para a igreja, ensinando o povo a orar? Seria estranho, e querendo ou não, tiraria a expectativa de ambos os nichos, não é mesmo? Ou mais engraçado ainda, um rockeiro que canta metálica saísse do show para o seu nicho e fosse visto tocar forró para velhinhas na feira de eventos da cidade. Mesmo que tivesse grande talento para isso, seria tido em pouca conta, seu valor como músico com persona musical teria menos credibilidade, as pessoas não veriam como o artista, mas sim como um artista. Algumas orientações sobre especialidade musical A especialidade musical é importante para você despertar maior potencial artístico para em você, tanto como músico, como compositor, para conquistar seu público, tem que escolher nicho: Rock music: o rock vem se tornando cada vez mais um seguimento menos comercial e mais cultura, de identidade musical, e como tal, exige do artista maior foco e precisão com este público exigente; forró: embora tenha se aberto ao grande público, dentro dele há vários subgêneros, alguns mais comerciais, outras mais culturais de nicho, como o forró pé-de-serra, baião, o forró que mais veio ganhando contornos comerciais é o do estilo Calcinha Preta, Wesley Safadão, que é um estilo mais carnavalesco e não serve para festas familiares. Casamento: bandas para casamento vem se tornando cada vez mais requisitadas, já que os casais querem mostrar para as redes sociais o quaõ bonita foi a festa, e a banda que toca nela manda muito, por isso, uma banda que saiba criar nome dentro dos eventos de casamento, devem prestar atenção em ganhar credibilidade e causar grande impacto nos eventos em que trabalhar; Escolher o nicho e compor músicas para este nicho Você não deve fazer música para tudo e todos, se quiser conquistar um público de nicho, mas se sua intenção for meramente convencional, pessoal, autoexpressividade, então não haverá problema. Mas a composição musical também diz respeito ao seu público: Louvor: Se vai dedicar a músicas de louvor, adoração, deve se manter fiel mais ou menos nesta linha, buscando divulgar seus trabalhos em redes cristãs, eventos cristãos, promover sua arte nos cultos, gravar cds e os mostrar para líderes religiosos. Se você for um músico, compositor de louvor e ao mesmo tempo de bar, gera uma tensão desagradável, não acha? Mesmo que não cause, ao menos diminui seu alcance como músico de tal e tal seguimento. Folclórica: procurar um nicho folclórico quer dizer entrar num seguimento demandado sobretudo ao público de escola, agentes do estado, governos; você pode oferecer seus trabalhos sobre a forma de apresentar concertos musicais com determinados temas folclóricos, como música indígena, negra, música eslava, japonesa, nordestina (mais de raiz), sertaneja (de raiz), entre inúmeras outras. Na ora de ser chamado por algum evento cultural específico, será lembrado em primeiro lugar. O grande compositor/músico não cabe num nicho? Seria verdade que um grande compositor, músico, artista não cabe num nicho e que deve se abrir a tudo? Não pode ser verdade, como de fato não é, porque vários grandes artistas o foram porque se dedicaram a um nicho, obviamente que a escolha da especialidade manda muito. Por exemplo, Sebastian Bach escolheu compor músicas de louvor para a Igreja, compôs inúmeras delas, e ainda fora de moda, pelo que dizem seu estilo já era considerado ultrapassado à época, mas ele além de ter escolhido este nicho, além de concertos nobres, inovou com seu contraponto, tornou-se no maior compositor de todos os tempos, e aí? Se ele tivesse escolhido ir no caminho dos outros, talvez sequer saberíamos que ele tenha existido, como de fato não conheço o nome daqueles que eram contemporâneos a ele. Outro exemplo de grande compositor de nicho, Mozart, que escreveu músicas para a Igreja também, tornou-se num dos maiores compositores de todos os tempos, nem por isso escreveu para agradar a todos. Um exemplo nosso, o Padre José Nunes Garcia, compunha para a sua Igreja local, não era uma estrela nacional a produzir música a esmo. Tinha dedicação, tinha nicho. Poesia: ser um compositor ou músico de poesia é manter-se firme na arte natural da composição, é buscar a idealização da música enquanto um bem aprazível a alma. Mas é um nicho menos comercial, porque o interesse do público por trabalhos autorais é bem diminuto. Assim, você terá que ter a paciência de formar seu pequeno e fiel público ao longo do tempo. Experimentalista: um músico e compositor que está procurando novas formas de fazer música, novas combinações sonoras originais, mescladas ou tiradas de novas concepções. Criando melodias com rítmica, melodia e harmonia estranhas aos padrões. Hoje em dia sair do padrão comercial já é ser exótico, tamanho costume que nossos ouvidos foram submetidos à música comercial do mainstream. Seguindo esse breve guia, certamente você obterá mais poder de composição musical, dirigirá sua criatividade segundo o público que melhor diz respeito a você, mas que, não impedirá que transborde para outros públicos de modo natural e orgânico.

  • Para Fazer Música - Lição Número 1: Ouvir

    "É claro que para fazer música eu devo ouvir música!" tu dirás. Mas o problema é mais do que esse, é mais profundo. Tu deves ouvir música, mas não da mesma maneira que fazes normalmente. Eu te darei um exemplo; quando tu vês a tua mãe fazendo a comida no fogão, tu aprendes a cozinhar só por estar na cozinha vendo-a fazer? Claro que não! Pois para fazer música é a mesma coisa, não basta tu ficares ouvindo por aí como se estivesse curtindo um som no bar. Do mesmo jeito que você precisa se aproximar de sua mãe e perguntar para ela como ela faz a comida, como ela mede os ingredientes, o tempo, a textura, a forma, tudo, todos os detalhes deverão ser levados em conta para se cozinhar, e cozinhar bem, do contrário só sairá da cozinha um desastre (como provavelmente você já deve ter feito, eu sei). Para fazer música é a mesma coisa, mas os ingredientes são outros (instrumentos), os tempos são outros (as notas e os seus intervalos), a textura é diferente (os ritmos, as cores dos sons), a forma é diferente (o estilo e o arranjo). Observa todos os detalhes da música que tu estás ouvindo e começa a questionar-te ao seguinte modo, sugiro-te: "como é que essa música que eu gosto tanto foi feita?" Para aprender os ingredientes, é necessário conhecer os temperos que a compõe. Faça o seguinte exercício: Ouça uma música que tu gostes muito e mapeia-a numa folha de papel ou mentalmente todos os instrumentos que tocam nela, e em que ponto eles são tocados (se no refrão, se na ponte, se na introdução, finalização e etc.). Observa ainda qual é a função de tal instrumento, e por que será que foi feito aquele acorde, ou melhor, que efeito ele causa em ti. Mesmo não obtendo todas as respostas, verás como este simples exercício te ensinará muito mais que anos de estudos teóricos.

  • 2 - A música modifica a alma

    A música modifica a alma A música tem poder de modificar a nossa alma por meio das melodias que ela contém. A música contém forma e essência, dessa forma e essência, ela tem o poder de possuir o ouvinte por meio da sua forma, ela tanto pode elevar os pensamentos de alguém, como rebaixá-los. Ela pode dominuir a concentração e autocontrole, como submetê-lo a um transe psicótico. Não a toa a música está sempre presente em diversos rituais de feitiçaria, como também presente na liturgia cristã, ou ainda na guerra, ou em qualquer outra situação praticamente, porque a música tem poder de colocar as almas numa mesma sintonia, por isso diz-se que a música tem harmonia, pois a sua melodia dialoga com a alma da pessoa. Animais não percebem a música, e a música não sugere nenhuma imagem ou relação com a realidade, pois os animais só percebem aquilo que os seus sentidos foram desenvolvidos para perceber. Já os homens, eles não apenas percebem a vastidão da realidade muito maior, como a realidade criada pela mente dos indivíduos podem ser expressas e compreendidas pelos outros, ainda que se trate de algo inédito, que não existia na comunidade humana, e isto é a criação de um indivíduo que passa ou perpassa aos outros indivíduos, caso contrário, seria impossível a comunicação entre as pessoas. Mas a música é um tipo de linguagem muito diferente da língua falada, pois ela fala-nos diretamente a nossa alma, por meio dos sentidos, mas a mesma melodia que um escuta, o outro escuta, e isto gera uma sintonia. Se uma música é produzida na finalidade de gerar esteria coletiva, há uma boa chance de que isto aconteça, porque a música produzida para tal fim, conhece o funcionamento de seu mecanismo interno para provocar nos indivíduos aquilo, é assim que surge o transe psicótico das músicas utilizadas nas mais diversas religiões. Já na música litúrgica católica, por exemplo, tem como finalidade não a música em si, mas colocar os fieis em sintonia de oração, isto é legítimo, pois se cada um chega com os seus próprios pensamentos, a música vai unificando as almas, não a toa que se diz que os anjos estão em eterno louvor a Deus, mas se esse louvor fosse cada um com o seu ritmo, então teríamos que o Céu seria uma imensa gritaria, certamente que não é assim, há uma entrega, uma forma de servilismo, obediência, por isso que a música está relacionada à guerra, a luta, e novamente, temos que o mesmo exército é a comparação que cabe aos anjos do Céu, ou seja, a música tem como finalidade a harmonia, e o que ela comunica através dessa harmonia, sugere a sua linguagem, ainda que seja uma linguagem riquíssima e por vezes difícil de ser expressada em palavras, mas não é para ser expressada em palavras, é para ser absorvida a sua harmonia no seu conjunto, dentro de si. Existe um livro chamado Música, Inteligência e Personalidade, do doutor Minh Dung Nghiem, que trata justamente desta questão. Fazendo uma severa crítica à música americana, em especial a afro-americana (não confunda racismo aqui, se trata da constituição estilística musical dita como tal), e como esta deteriorou a inteligência e o gosto musical dos jovens franceses, doutor Minh mostra que o papel da música tocada no mainstream é uma música de transe psicótico, o que ele chama de maneira nada lisonjeira de Tam-Tam-Tam, isto é, uma música que quer provocar em maior ou menor grau o mesmo efeito que as músicas de transe de diversas religiões tribais. A música psicótica precisa de repetição infindável por definição, mas nem sempre músicas feitas neste estilo são psicóticas, porque elas precisam de uma série de fórmulas, evidentemente, é a mesma coisa de uma macumba, nem toda funciona, mas pelo simples fato de ter sido tentada já causa um efeito devastador (para aquele que a opera), com o tempo, assim como quem faz macumba, já não percebe que entrou numa forma psicótica de vida, onde os próprios sentidos são falseados. A música psicótica quebra completamente a criatividade do sujeito, em especial de quem a faz como trabalho, e isto explica o porquê mesmo sendo ela, uma música tão fraca e simples, quem vive dela não tem criatividade alguma. Mas isto já é um assunto para outro vídeo. A música modifica a alma, o seu comportamento, a sua inteligência. A música psicótica tem o papel de diminuir ou atrapalhar a sua criatividade e concentração. A música como linguagem fala ao nosso interior, sugerindo a harmonia ou psicose que ela sugere!

  • 1 - Por que a música que você ouve importa?

    Estou iniciando uma série de vídeos sobre a nossa música contemporânea e quero começar com o seguinte tema: Porque a música que você ouve importa? Para começarmos devemos nos deter do fato que a música permeia o nosso dia para o bem e para o mal, mas existe música ruim? Se estamos levando com consideração o gênero de arte a que chamamos de música que significa “musa”, não, não há música ruim, e explico o porquê. Música ruim são duas palavras que não podem andar juntas para descrever o mesmo objeto, ou é música ou é ruim, se é ruim não é música, se é ruim, quer dizer que o que há é uma má combinação de sons, não de música. Música por significar “musa”, quer dizer que ela é uma conquista, como a conquista de uma musa, uma ninfa, uma donzela, a mais bela mulher, uma deusa, o músico é aquele que conquista a mais bela, isto é, a mais elevada combinação harmônica. Por ser uma conquista das deusas da harmonia, a música é um árduo trabalho de fortalecimento interior do músico, é uma conquista interior, ele trabalha dentro de si para rsegatar aquela melodia, que uma vez resgatada, é dele definitivamente, é o seu harém melódico divino. Quando não há essa busca contínua, este árduo trabalho, significa que o que há é mera imitação estéril, ao invés de musa, é uma boneca inflável, e assim como um homem fantasiando uma mulher desejada, é o músico que não conquista a sua musa, é um trabalho inútil. A música é por isso um trabalho da alma, do espírito, ela não é algo presente nos animais, porque as musas humanas são um trabalho do interior do homem, isto é, um trabalho do espírito e que extrai o seu próprio espírito, a música é dessa forma a sua própria alma com toda a sua grandeza e pequenez ao mesmo tempo. Quem ouve uma música, possui o seu espírito “possuído” por tal melodia, esta melodia adentra não os seus sentidos, mas a sua alma profundamente chegando ao ponto de modificá-la. Mas isto é um assunto para o próximo vídeo. A música que você ouve importa, porque dela manifesta a sua grandeza ou pequenez.

  • Como descobri na música o meu autoconhecimento

    Deixe-me falar um pouco da minha experiência com a composição musical, e como ela me ajudou a me encontrar e a despertar o interesse pela arte; será muito, muito breve, eu prometo Eu descobri a minha paixão pela composição na minha adolescência; aos doze anos comecei a me aventurar a esborçar as primeiras melodias e letras de meus poeminhas, pode-se dizer já em massa, pois comeceu a compor compulsoriamente. Ouvia músicas dos anos 1980 e me admirava de como elas eram gostosas de se ouvir. Lembro-me bem de que queria ter nascido naquela época, achava legal, maneira aquelas músicas com batidos fortes, sons de piano profundos, teclados robóticos em frenesi. Queria ser um cantor dos anos 80, e com isto decobri minha musicalidade! Meu gosto musical tão antigo, ia inteiramente contra ao que se esperava de um adolescente, que cresceu na geração de Katy Perry, Lady Gaga, Bruno Mars, e cia. Para mim, todos estes eram muito fracos em comparação com aqueles dos anos 1970, 1980, 1990, tanto nacional quanto internacional, e pode perceber, as pessoas daquela geração amam aquelas músicas até hoje do mesmo jeito. Por quê? Perguntava-me. As minhas influências artísticas eram antigas, minhas composições carregavam também o sentimento antigo, os meus ritmos, meu modo de enxergar uma canção, era moldado pelo gosto formado na juventude. Sim, eu aprendi a gostar das músicas antigas pelos meus pais, mas quando atingi a adolescência, passei a gostar por mim mesmo, e alheio a eles que sempre foram bastante ecléticos. Percebi que eu tinha uma tendência grande para a música pop e eletrônica, em geral, (no começo, por influência da educação musical ao longo da vida), e, posteriormente, com a música clássica-erudita, instrumental, gregoriana e coral (como fruto de uma maturidade musical maior e baseada não tanto no ambiente, mas nas apreensões internas da música, conforme meu gosto por ela ia se aguçando, e eu ia procurando vorazmente por qualidades sempre maiores, mais arrojadas, mais ousadas, queria saber das músicas imortais). Principalmente me tornei um crítico das canções que não gostava, e também das que eu amava. Essa musicalidade foi desencadeando em mim o desejo de que a possuísse, de dominá-la, de entendê-la, e até mudá-la, aperfeiçoá-la, e pô-la à minha disposição. Eu ouvia as músicas e ficava pensando como elas poderiam ser melhoradas, tais como: essa canção possui uma bela melodia, mas possui um ritmo fraco, precisava de mais batida, de mais força nas cordas, de um vocal mais encorpado, possui boa letra, mas a melodia ou harmonia... O que isto tem a ver? Tudo, pois, para você aprender a compor você precisa primeiramente aprender a dominar a música, e isto começa por querer dominá-la. Você já encontrou o seu ritmo?

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